Novos livros sobre gênero e sexualidade no Brasil contemporâneo

terça-feira, 31 de julho de 2012

Os coordenadores do Grupo de Pesquisa CIS lançaram quatro livros em maio de 2012.

O primeiro deles é de Richard Miskolci, intitulado “Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças”, obra que apresenta esta vertente contemporânea do feminismo para um público amplo, em especial o da área de educação. O livro é uma versão ampliada e revisada de sua Aula Magna no Curso Educação para a Diversidade, proferida em agosto de 2010 na Universidade Federal de Ouro Preto. Editado pela Autêntica, estará disponível em breve nas livrarias. A obra conta ainda com a tradução de Larissa Pelúcio do ensaio “A Guerra Declarada contra o Menino Afeminado”, do sociólogo peruano Giancarlo Cornejo. Clique na imagem abaixo para ver a capa ampliada ou compre o livro online no site da Autêntica Editora (clique aqui) - que parece que esgotou - ou no site da Livraria Saraiva (clique aqui) .

O outro livro é organizado por Miskoci e Pelúcio. Com o título “Discursos fora da ordem: sexualidades, saberes e direitos” (comprar aqui), a obra reúne 12 artigos que surgiram a partir das discussões no Seminário Sexualidades, Saberes e Direitos, promovido na UFSCar em 2010. A coletânea conta, além da apresentação de Miskolci e Pelúcio, com artigos inéditos de Judith Jack Halberstam, Miriam Adelman, Adriana Piscitelli, Adriana Vianna, Iara Beleli, Karla Bessa, Roger Raup-Rios, Rosa Oliveira, Rogério Diniz Junqueira, Marcia Ochoa, Paula Sandrine Machado, Flávia Teixeira e, também, o último artigo escrito por Márcia Arán, psicanalista da UERJ falecida em abril de 2011. Dividido em três partes – deslocamentos, reinvenções e direitos – a obra explora temas como imigração transnacional, as relações entre as instituições e os saberes médicos e as demandas de travestis e transexuais assim como problemáticas contemporâneas dos direitos sexuais.



Conheça o índice da obra:
Índice
Apresentação: Discursos fora da ordem
Richard Miskolci e Larissa Pelúcio
Parte I
Deslocamentos
Viajantes e migrantes: pessoas e teorias em um mundo pós-colonial
Miriam Adelman
A moda nasce em Paris e morre em Caracas
Marcia Ochoa
Brasileiros/as no atravessar de fronteiras: (des)organizando imaginários
Iara Beleli
Estranhezas que roubam a cena: entre celuloides, tapetes e closes
Karla Bessa
Parte II
Reinvenções
Repensando o sexo e o gênero
Judith Jack Halberstam
Por uma cartografia não-normativa das identificações e do desejo: algumas reflexões a partir das experiências trans
Márcia Arán
Construindo saberes e compartilhando desafios na clínica da travestilidade
Flavia do Bonsucesso Teixeira, Rita Martins Godoy Rocha e Emerson Fernando Rasera
Intersexualidade, intersexualidades: notas sobre alguns desafios teóricos, metodológicos e políticos contemporâneos
Paula Sandrine Machado
Parte III
Direitos
Interseccionalidades, direitos humanos e vítimas
Adriana Piscitelli
Atos, sujeitos e enunciados dissonantes: algumas notas sobre a construção dos direitos sexuais
Adriana Vianna
Direitos sexuais e heteronormatividade: identidades sexuais e discursos judiciais no Brasil
Roger Raupp Rios e Rosa Maria Rodrigues de Oliveira
Pedagogia do armário e currículo em ação: heteronormatividade e homofobia no cotidiano escolar
Rogério Diniz Junqueira

“Discursos fora da ordem” também marca o lançamento da coleção Annablume Queer, coordenada por Miskolci e que tem em seu comitê editorial Jack Halberstam, Berenice Bento, Larissa Pelúcio e Rossana Rocha Reis. Já foram lançados nela o livro “Nossos Corpos Também Mudam” (comprar aqui) de Jorge Leite Júnior, também docente do DS-UFSCar, e “Montagens e Desmontagens”, (comprar aqui) obra de Tiago Duque que resultou de sua dissertação de mestrado defendida no PPGS em 2009.



O lançamento do livro e da coleção foi celebrado em San Francisco, durante o congresso da LASA (Latin American Studies Association), entre 23 e 26 de maio. Depois, foi lançado na reunião bianual da ABA (na PUC-SP, início de julho), no Queering Paradigms (última semana de julho, no Rio) e agora será lançado no congresso da ABEH (início de agosto, em Salvador).

Informações: Grupo de Pesquisa CIS

Conheça também o livro "Marcas da Diferença no Ensino Escolar", de Richard Miskolci

Cronograma da Discipina Cultura e Identidade

Além do roteiro de leitura para pessoas interessadas em estudos queer publicado na postagem anterior, também encontrei o Cronograma da Disciplina Cultura e Identidade, ofertada pelo Programa de Pós-Graduação Multidisciplinar em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia, no primeiro semestre de 2011, pelos professores Djalma Thürler e Leandro Colling.

Diponibilizo abaixo esse Cronograma por conter indicações de conteúdos e referências do campo de estudo de gênero e sexualidade, especialmente, da teoria queer.

 

Cronograma das aulas 2011.1

Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação Multidisciplinar em Cultura e Sociedade
Disciplina: Cultura e Identidade
Professores: Drs. Djalma Thürler e Leandro Colling
1º semestre 2011 – terças, das 18h às 22h – Sala da Imagem e do Som - Facom.
Cronograma das aulas.

MARÇO

1º encontro - dia 15 – sem aula – palestra de abertura do semestre.

2º encontro – dia 22 – Apresentação geral. Aula inaugural. Apresentação do Programa e discussões preliminares: Conceito de Identidades: Essencial X Social, Natural X Cultural. Impactos dessas questões nas identidades de gênero.

3º encontro - dia 29 – Questões gerais sobre estudos das identidades.
Texto 1 - WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (org.). Identidade e diferença. A perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis, Vozes, 2007, pp. 7-72.


ABRIL

4º encontro - dia 05 – Introdução geral à teoria queer.
Texto 2: MISKOLCI, Richard.  "A Teoria Queer e a Sociologia", em http://www.scielo.br/sciel
o.php?script=sci_arttext&pid=S1517-45222009000100008
Texto 3: SÁEZ, Javier. “El contexto sociopolítico de surgimento de la teoría queer”. In: CÓRDOBA, David, SÁEZ, Javier e VIDARTE, Paco. Teoría queer: políticas bolleras, maricas, trans, mestizas. Madrid: Ed. Egales, 2007. p.p. 67-76.

5º encontro - dia 12 – A importância de Foucault para a teoria queer
Texto 4: HALPERIN, David. “La política queer de Michel Foucault”. In: HALPERIN, David. San Foucault: para una hagiografía gay. Trad. Mariano Serrichio. Argentina: Ed. Literales, 2007. p.p. 33-159.

6º encontro - dia  19 – Algumas contribuições de Butler à teoria queer.
Texto 5: BUTLER, Judith. “Sujeitos do sexo/gênero/desejo”. In: BUTLER, Judith. Problemas de gênero – feminismo e subversão da identidade. Trad. Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. p.p 15-49.

7º encontro - dia 26 – Teoria da performatividade e corpo em Butler.
Texto 6: BUTLER, Judith. “Críticamente subversiva”. In: JIMÉNEZ, Rafael M. Mérida. Sexualidades transgresoras. Una antología de estudios queer. Barcelona: Icária editorial, 2002, p.p. 55-80.
Texto 7: BUTLER, J. “Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do ‘sexo’”. In: LOURO, Guacira Lopes. (org.). O corpo educado – Pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010. p.p. 153-172. Em http://www.ufscar.br/cis/wp-content/uploads/Guacira-Lopes-Louro-O-Corpo-Educado-pdf-rev.pdf

MAIO

8º encontro - dia  03 – Contribuições de Preciado à teoria queer.
Texto 8: PRECIADO, Beatriz. “Tecnogénero”. In: PRECIADO, Beatriz. Testo Yonqui. Madrid: Ed Espasa Calpe, 2008. p. p. 81-99.
Texto 9: CARRILLO, Jesús. “Entrevista com Beatriz Preciado”. Cadernos Pagu nº 28. Campinas: Unicamp, 2007.  p.p. 375-406. Em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-83332007000100016&script=sci_arttext

9º encontro - dia  10 – Transexualidades e teoria queer
Texto 10: LOURO, Guacira Lopes. Viajantes Pós-Modernos II”. In: MOITA LOPES, Luiz Paulo da. & BASTOS, Lilian Cabral (Orgs.) Para além da identidade: fluxos, movimentos e trânsitos. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010. p.p 203-214.
Texto 11: “Transamérica” (2005, Direção de Duncan Turcker).
Texto 12: BENTO, Berenice. Estudos de gênero: o universal, o relacional e o plural. In: BENTO, Berenice. A reinvenção do corpo – sexualidade e gênero na experiência transexual. Rio de Janeiro: Garamond, 2006, p. 69 a 108.

10º encontro - dia 17 – Travestilidades e intersexualidades e a teoria queer
Texto 14: “Amanda e Monick (2007, Direção de André Costa Pinto)”.
Texto 14: PELÚCIO, Larissa. “Travestis, a (re)construção do feminino: gênero, corpo e sexualidade em um espaço ambíguo”. Em http://www.ufpe.br/revistaanthropologicas/internas/volume15(1)/Artigo%205.pdf
Texto 15: Perez Pino, Nádia. “A teoria queer e os intersex: experiências invisíveis de corpos des-feitos”. In: Cadernos Pagu, nº 28. Campinas: Unicamp, 2007. p.p. 149-176. Em http://www.scielo.br/pdf/cpa/n28/08.pdf

11º encontro - dia 24 – Masculinidades e a teoria queer
Texto 16: GROSSI, Miriam Pillar. “Masculinidades: uma revisão teórica”. In: Antropologia em primeira mão.  Programa de Pós Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal de Santa Catarina. Nº 1. Florianópolis: UFSC, 1995 ou em http://www.antropologia.ufsc.br/75.%20grossi.pdf.
Texto 17: HALBERSTAM, Judith. “Uma introducción a la masculinidad femenina. Masculinidad sin hombres”. In: HALBERSTAM, Judith. Masculinidad Femenina. Trad. Javier Sáez, Barcelona-Madrid: E. Egales, 2008, p.p. 23-66.

12º encontro - dia 31 – A cidade como território das subjetivações e a arte como experiência histórica da contemporaneidade.
Texto 18: ERIBON, Didier. “O choque da injúria” (27-29); “A fuga para a cidade” (30-36); “A cidade e o discurso conservador” (57-63). In: ERIBON, Didier. Reflexões sobre a questão gay.  Trad. Procópio Abreu. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2008.
Texto 19: COUTO, Edvaldo. “Walter Benjamim: ruas, objetos e passantes”. In: Couto, Edvaldo & MILANI DAMIÃO, Carla (Orgs.). Walter Benjamin: Formas de percepção estética na modernidade. Salvador: Quarteto Editora, 2008, (leitura complementar)
Texto 20: O’DONNELL, Julia. “O etnógrafo e seu tempo. In: De olho na rua: a cidade de João do Rio. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. p.p. 31-85 (leitura complementar).
Texto 21: João do Rio. “A alma encantadora das ruas”, em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000039.pdf.

JUNHO
13º encontro - dia 07 – Abjeção e a teoria queer.
Texto 22: “Shortbus” (2006, Roteiro e Direção de John Cameron Mitchell).
Texto 23: DÍAZ-BENÍTEZ, María Elvira e Fígari, Carlos.Sexualidades que importam: entre a perversão e a dissidência”. In: DÍAZ-BENÍTEZ, María Elvira & FÍGARI, Carlos Eduardo.  Prazeres dissidentes. Rio de Janeiro: Garamond, 2009, p.p 21-30.
Texto 24: GRUNVALD, Vitor. “Butler, a abjeção e seu esgotamento”. In: DÍAZ-BENÍTEZ, María Elvira & FÍGARI, Carlos Eduardo. Prazeres dissidentes. Rio de Janeiro: Garamond, 2009, p.p. 31-68.

14º encontro - dia 14 – Sexualidade, currículo, escola e a teoria queer.
Texto 25: LOPES LOURO, Guacira. “Currículo, gênero e sexualidade – o ‘normal’, o ‘diferente’ e o ‘excêntrico’”. In: LOURO, Guacira Lopes et al. (orgs). Corpo, Gênero e Sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Petrópolis: Vozes, 2003. p.p 41-52.
Texto 26: FURLANI, Jimena. “Educação sexual: possibilidades didáticas”. In: Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo da educação. Rio de Janeiro: Vozes, 2003, p.p 66-81.

15º encontro - dia  21 – continuação.
Texto 26: FURLANI, Jimena “Gêneros e sexualidades no discurso religioso: um discurso desconstrutivo para a educação sexual”, em http://www.nigs.ufsc.br/ensinoreligioso/docs/mesas/Generos_e_sexualidades_Jimena_Furlani.pdf
Texto 27: FERRARI, Anderson. “‘Monalisa’ e homossexualidades: jogos discursivos e de poder na construção das identidades no contexto escolar. In: COSTA, Horácio (Org.) Retratos do Brasil homossexual: fronteiras, subjetividades e desejos. São Paulo: EDUSP/Imprensa Oficial, 2010. p.p. 413-422.

16º encontro - dia 28 – Seminário

17º encontro - dia 05 – Seminário

18º encontro - dia 12 – Seminário



Bibliografia Complementar

BAUMAN, Z. Confiança e medo na cidade. Trad. Eliane Aguiar. RJ: Zahar, 2009.

BENEDETTI, Marcos. Toda feita. O corpo e o gênero das travestis. Rio de Janeiro: Garamond, 2005.

BENTO, Berenice. O que é transexualidade. São Paulo: Brasiliense, 2008.

BUTLER, Judith. Cuerpos que importam: sobre los límites materiales y discursivos del “sexo”. Buenos Aires, Paidós, 2008.

_______. Deshacer el gênero. Barcelona, Paidós, 2006.

_______. Lenguaje, poder e identidad. Madrid; Ed. Síntesis, s/d.

_______. O parentesco é sempre heterossexual? In: Cadernos Pagu, n. 21, 2003, p. 219 a 260, Disponível em http://www.scielo.br/pdf/cpa/n21/n21a10.pdf

COLLING, Leandro. O que a política trans do Equador tem a nos ensinar? Texto apresentado no Fazendo Gênero 9. Diásporas, diversidades e deslocamentos, em Florianópolis, 23 a 26 de agosto de 2010. Disponível em www.cult.ufba.br/cus

______. "A naturalidade é uma pose tão difícil de se manter" – apontamentos para pensar Homofobia e Direitos no Brasil hoje. Texto apresentado na mesa redonda Homofobia e Direitos no Brasil hoje, realizada no V Congresso da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura, no dia 26 de novembro de 2010, em Natal. Disponível em www.cult.ufba.br/cus

CÓRDOBA, David, SÁEZ, Javier e VIDARTE, Paco. Teoria queer. Políticas bolleras, maricas, trans, mestizas. Madrid: Editorial Egales, 2ª edición, 2007.

DELEUZE, Gilles. “Post-scriptum sobre as sociedades de controle”. In: DELEUZE, Gilles. Conversações: 1972-1990. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992. Ou em http://netart.incubadora.fapesp.br/portal/midias/controle.pdf

DÍAZ-BENÍTEZ, María Elvira e FÍGARI, Carlos Eduardo (orgs). Prazeres dissidentes. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.

DUQUE, Tiago. Montagens e desmontagens. Dissertação de Mestrado em Sociologia. São Carlos: PPGS-UFSCar, 2009. Disponível em http://www.ufscar.br/cis/wpcontent/uploads/2539.pdf

FEMENÍAS, María Luisa. Judith Butler: introducción a su lectura. Buenos Aires, Catálogos, 2003.

FERNANDES, Ronaldo Costa & LIMA, Rogério (Org.). O imaginário da cidade. Brasília: UNB: SP: Imprensa Oficial do Estado, 2000.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro, edições Graal, 1988.

HOCQUENGHEM, Guy. El deseo homossexual. Madrid: Melusina, 2009.

JIMÉNEZ, Rafael M. Mérida. Sexualidades transgresoras. Una antología de estudios queer. Barcelona: Icária editorial, 2002.

KULICK, Don. Travesti: prostituição, sexo, gênero e cultura no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2008.

LOPES, Denílson. O homem que amava rapazes e outros ensaios. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2002.

LOPES, Luiz Paulo da Moita. Discursos sobre gays em uma sala de aula no Rio de Janeiro: é possível queer os contextos de letramento escolar? In: VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, 2004, Coimbra. Anais Eletrônicos... Coimbra: UC, 2004. Disponível em http://www.ces.uc.pt/lab2004/inscricao/pdfs/painel3/LuizLopes.pdf


LOURO, Guacira Lopes. Teoria queer: uma política pós-identitária para a educação. In: Revista Estudos Feministas, ano/volume 9, número 2, 2001, p. 541 a 553. Disponível em http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/381/38109212.pdf

_______. O corpo estranho. Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

MACRAE, Edward. A construção da igualdade: identidade sexual e política no Brasil da abertura. Campinas: Editora da Unicamp, 1990.

MONGIN, Olivier. A condição urbana – a cidade na era da globalização. SP: Estação liberdade, 2009.

O´ROURKE, Micheal. O que há de tão queer na teoria queer por-vir? In: Revista Crítica de Ciências Sociais. Número 76, dezembro de 2006, disponível em http://www.ces.uc.pt/rccs/index.php?id=937&id_lingua=1

PEIXOTO JÚNIOR, Carlos Augusto. Sexualidades em devir. In: PEIXOTO JÚNIOR, Carlos Augusto. Singularidade e subjetivação. Rio de Janeiro: 7Letras/Editora PUC-Rio, 2008.

PELÚCIO, Larissa. Abjeção e desejo: uma etnografia travesti sobre o modelo preventivo de aids. São Paulo: Annablume, 2009.

PELÚCIO, Larissa e MISKOLCI, Richard. A prevenção do desvio: o dispositivo da aids e a repatologização das sexualidades dissidentes. In: Sexualidad, Salud y Sociedad – Revista Latinoamericana. Rio de Janeiro: CLAM-UERJ, 2009. n. 1 25-157. Disponível em http://www.epublicacoes. uerj.br/ojs/index.php/SexualidadSaludySociedad/article/view/29/26

PRECIADO, Beatriz. Manifesto contra-sexual. Madrid: Editorial Opera Prima, 2002.

_______. Multidões queer. Disponível em http://www.intersexualite.org/MULTID_ES_QUEER.pdf

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ROLNIK, Suely. Toxicômanos de identidade: subjetividade em tempo de globalização. In: LINS, Daniel. Cultura e subjetividade: saberes nômades. Campinas: Papirus, 1997. Ou em http://www.caosmose.net/suelyrolnik/pdf/viciados_em_identidade.pdf

ROUGHGARDEN, Joan. Evolução do gênero e da sexualidade. Trad. Maria Edna Tenório Nunes. Londrina: Ed. Planta, 2005.

SANTOS, Ana Cristina. Estudos queer: identidades, contextos e acção colectiva. In: Revista Crítica de Ciências Sociais. Número 76, dezembro de 2006, disponível em http://www.ces.uc.pt/rccs/index.php?id=937&id_lingua=1

______. Entre a academia e o activismo: Sociologia, estudos queer e movimento LGBT em Portugal. In: Revista Crítica de Ciências Sociais. Número 76, dezembro de 2006, disponível em http://www.ces.uc.pt/rccs/index.php?id=937&id_lingua=1

______. Molduras públicas de performatividade queer e representação mediática em Portugal. Ex aequo. [online]. 2009, no.20 [citado 22 Março 2011], p.97-112. Disponível na World Wide Web: . ISSN 0874-5560.

SEDWICK, Eve Kosofsky. A epistemologia do armário. In: Cadernos Pagu (28), janeiro/junho de 2007:19-54. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/cpa/n28/03.pdf

SIBILIA, Paula. O homem pós-orgânico: corpo, subjetividade e tecnologias digitais. Rio de Janeiro: Relume Dumará. 2002.

SONTAG, Susan. Notas sobre o Camp. In: Contra a interpretação. Porto Alegre: LPM,
1987, p. 318 a 337.

SPARGO, Tamsin. Foucault y la teoria queer. Barcelona: Gedisa, 2004.

TREVISAN, João Silvério. Devassos no paraíso. A homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2007.

WITTIG, Monique. El pensamiento heterosexual y otros ensaios. Madrid: Egales, 2006.

Sites:

www.cult.ufba.br/cus
http://www.ufscar.br/cis/
http://www.hartza.com/
http://culturavisualqueer.wordpress.com/
http://www.cchla.ufrn.br/bagoas/

Breve roteiro de leitura para pessoas interessadas em estudos queer (por Leandro Colling)

Olá querid@s!

Procurando saber mais sobre a obra de J.Jack Halberstam, que anteriorimente assinava como Judith Halberstam, encontrei um roteiro de leitura para pessoas interessadas em estudos queer, escrito pelo professor Leandro Colling.

Dada a possibilidade de ajudar muitas outras pessoas interessad@s nessa literatura, reproduzirei abaixo o referido roteiro.

Espero que seja útil!

Por Leandro Colling

O roteiro abaixo foi feito para quem deseja se aproximar dos estudos queer. Trata-se de um pequeno guia para iniciantes, com as referências dos textos e breves comentários. A ordem de leitura foi criada apenas para tentar facilitar a compreensão, mas isso não quer dizer que você precisa necessariamente seguir os passos à risca.

Apenas textos em língua portuguesa e espanhola foram selecionados, o que torna a lista muito limitada e incompleta porque a maioria da produção foi escrita em inglês.
Primeiras leituras: muitas pessoas dizem, e com razão, que vários textos sobre os estudos queer são difíceis de serem compreendidos. Por isso, os primeiros textos abaixo são bons para os iniciantes porque simplificam e contextualizam determinadas questões de forma bem didática.

Sugiro começar pelos textos de Guacira e Richard (Louro, Guacira Lopes. Um corpo estranho. Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte, Autêntica, 2004, e Miskolci, Richard. A Teoria Queer e a Sociologia: o desafio de uma analítica da normalização. In: Sociologias. Porto Alegre: PPGS-UFRGS, 2009. N.21 Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-45222009000100008&lng=en&nrm=iso).
Guacira e Richard possuem vários textos sobre os estudos queer, mas esses dois dão uma boa introdução sobre conceitos centrais e o contexto histórico do surgimento dessas pesquisas e reflexões. Leia esses textos e veja como os estudos queer nasceram também do ativismo político. Em espanhol, uma coletânea ótima para iniciantes é: Córdoba, David, Sáez, Javier e Vidarte, Paco. Teoria queer. Políticas bolleras, maricas, trans, mestizas. Madrid: Editorial Egales, 2ª edición, 2007. Também em espanhol, um site com dezenas de textos ligados aos estudos queer é o http://www.hartza.com/

Em seguida, sugiro ler Foucault, em especial o primeiro volume da História da sexualidade. Trata-se de uma obra que influenciou muito os estudos queer e que será constantemente referenciada pelas demais pessoas. (Foucault, Michel. História da Sexualidade I: A vontade de saber. 3. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1979). Ler alguma coisa de Freud, Lacan, Deleuze e Derrida também é indicado, mas isso você pode deixar para um pouco mais tarde.

O terceiro passo é ler o livro mais citado de Judith Butler, autora americana considerada uma das principais teóricas queer. Ainda temos poucos textos dela traduzidos para a língua portuguesa. Enfrente primeiro Problemas de gênero. Feminismo e subversão da identidade (Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2003). Nessa complexa obra, considero central a desconstrução que ela faz sobre várias “verdades” sobre as sexualidades, a grande crítica a quem pensa sexualidades e gênero através de binarismos e as explicações em torno da exigência de uma linha coerente entre sexo-gênero-desejo e prática sexual.

Em seguida leia a introdução do livro em que ela responde críticas que recebeu em Problemas de gênero. Trata-se do livro Cuerpos que importan. Sobre los limites materiales y discursivos del “sexo”. (Buenos Aires: Paidós, 2008). Em português, a introdução foi publicada em um livro ótimo organizado por Guacira (O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte, Autêntica, 2001). Aproveite e leia os demais textos dessa coletânea, em especial do inglês Jeffrey Weeks, um autor contemporâneo de Foucault mas que não ficou com a mesma fama. Weeks não é um autor queer, mas nele é possível entender melhor os argumentos da tese da construção das sexualidades, em contraposição à naturalização. Os estudos queer criticam as duas perspectivas através de uma perspectiva desconstrucionista.

Depois disso, provavelmente você vai ficar com muitas dúvidas sobre o conceito de abjeção e abjeto. Parta para as entrevistas com Butler. Uma das melhores está em Como os corpos se tornam matéria: entrevista com Judith Butler (In: Revista Estudos Feministas. Volume 10, número 1, Florianópolis, janeiro de 2002, pp. 155-167. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2002000100009.)

Outro texto de Butler publicado em português, e que ajuda a entender a crítica dela ao modelo de família nuclear burguesa, é O parentesco é sempre heterossexual? (In: Cadernos Pagu, n. 21, 2003, p. 219 a 260, Disponível em http://www.scielo.br/pdf/cpa/n21/n21a10.pdf). Aqui talvez fique mais compreensível a crítica dela no debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Outra entrevista interessante, para começar a ler textos além de Butler, é a realizada com a espanhola Beatriz Preciado. Veja, por exemplo, Entrevista com Beatriz Preciado. (In: Cadernos Pagu (28), janeiro-junho de 2007, p. 375 a 405. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-83332007000100016&script=sci_arttext). Aliás, a Pagu é uma das revistas que mais publicou textos relacionados aos estudos queer no Brasil e está toda disponível no sistema Scielo.

Os livros de Preciado ainda não foram traduzidos no Brasil. Sugiro as leituras de Manifesto contra-sexual (Madrid: Editorial Opera Prima, 2002); Multidões queer (disponível em http://www.intersexualite.org/MULTID_ES_QUEER.pdf) e Testo Yonqui (Madrid: Editorial Espasa, 2008). Com essas leituras, você poderá começar a perceber as diferenças entre Butler e Preciado. Se a primeira produz uma leitura mais ligada a um feminismo lésbico, a segunda já pensa mais a partir do universo transgênero.

Mas isso não quer dizer que as reflexões de Butler não prestam para pensar o universo trans. No Brasil, temos bons exemplos disso, tais como os trabalhos de Berenice Bento, Larissa Pelúcio e várias outras pessoas. Berenice é autora do livro O que é transexualidade? (São Paulo: Brasiliense, 2008) e A reinvenção do corpo: a sexualidade e o gênero na experiência transexual (Rio de Janeiro: Garamond, 2006). Nessas duas obras, Berenice analisa o segmento transexual a partir dos estudos queer e, com isso, desmonta a ideia de que existe apenas uma identidade transexual e critica fortemente o discurso médico. Há diversos outros textos dela disponíveis na internet, basta procurar nos sites de busca e no sistema Scielo.

O livro de Larissa é Abjeção e desejo: uma etnografia travesti sobre o modelo preventivo de aids (São Paulo: Annablume, 2009). O texto dela com Richard Miskolci também dá uma boa dimensão de suas reflexões, leia A prevenção do desvio: o dispositivo da aids e a repatologização das sexualidades dissidentes (In: Sexualidad, Salud y Sociedad – Revista Latinoamericana. Rio de Janeiro: CLAM-UERJ, 2009. n. 1 25-157. Disponível em http://www.epublicacoes.uerj.br/ojs/index.php/SexualidadSaludySociedad/article/view/29/26). Tratam-se de dois estudos sobre o segmento travesti a partir dos estudos queer, com críticas ao campo da saúde.
Sobre o embaralhamento das identidades travesti, transexual e transgênero, leia o livro de Tiago Duque, Montagens e desmontagens (São Paulo: Annablume, 2011).

Nesse momento, você já deverá ter lido referências sobre diversos outros estudos considerados pioneiros dos estudos queer. Um deles é o de Eve Kosofsky Sedgwick, A epistemologia do armário. A introdução desse livro você encontra em Cadernos Pagu (número 28, janeiro-junho de 2007, disponível em http://www.scielo.br/pdf/cpa/n28/03.pdf.) A introdução já é muito produtiva para pensar a chamada “saída do armário” e, com ela, criticar essa política muito usada pelos movimentos sociais LGBT.

Outro livro pioneiro é o de Monique Wittig, El pensamento heterosexual y otros ensayos (Madrid: Egales, 2006). A obra contém uma importante reflexão sobre a heterossexualidade, que ela considera como um “regime político”. Também entre os pioneiros dos estudos queer está o americano David Halperin, autor do livro San Foucault. Para uma hagiografia gay (Buenos Aires: Ediciones Literales, 2007). É a melhor obra que conheço sobre a importância de Foucault para os estudos queer.
Hoje, também está ocorrendo uma tentativa de recuperar estudos mais antigos que já poderiam ser considerados queer. Um deles é do francês Guy Hocquenghem, El deseo homossexual (Madrid: Melusina, 2009). Um posfácio nesse livro, escrito por Preciado, também gerou outra obra, escrita pelos espanhóis Javier Sáez e Sejo Carrascosa, Por el culo. Políticas anales (Madrid: Editorial Egales, 2011).

Depois disso, sugiro voltar para as coletâneas que reúnem vários textos dos estudos queer. Em espanhol, uma das melhores é de Rafael M. Mérida Jiménez, Sexualidades transgresoras. Una antología de estúdios queer (Barcelona: Icária editorial, 2002). Lá você encontra textos de Butler (na minha opinião o melhor artigo para entender a teoria da performatividade de gênero) e de Sedwick.

Nessa coletânea consta outro texto muito referenciado por quem pensa as relações entre as políticas públicas e os estudos queer. Trata-se do artigo de Joshua Gamson, Deben autodestruirse los movimentos identitários? Un extraño dilema. (p. 141 a 172). A partir desse trabalho, escrevi alguns textos: O que a política trans do Equador tem a nos ensinar?, disponível em www.cult.ufba.br/cus. Além desse, cito Políticas para um Brasil além do Stonewall, introdução do livro que organizei em 2011, chamado Stonewall 40 + o que no Brasil? (Salvador: Edufba, 2011). Nesse livro, você encontra textos de Berenice Bento, Larissa Pelúcio, Richard Miskolci e Fernando Seffner, influenciados/as pelos estudos queer e que fazem as suas críticas às políticas públicas e identitárias LGBT no Brasil.

Com essas leituras, certamente você já terá uma boa noção dos estudos queer. Mas obviamente essa lista está longe de ser completa. Uma outra obra, que impactou forte nos estudos mais recentes, é a de Judith Halberstam, que agora assina como J.Jack Halberstam. Trata-se do livro Masculinidad feminina (Madrid: Egales, 2008). Jack também é americano e hoje sua obra começa a ser muito lida no Brasil.

Em Portugal, os estudos queer também se encontram em desenvolvimento. Uma boa dica é ler o dossiê publicado na Revista Crítica de Ciências Sociais. Vale a pena ler: O´ROURKE, Micheal. O que há de tão queer na teoria queer por-vir? disponível em http://www.ces.uc.pt/rccs/index.php?id=937&id_lingua=1; SANTOS, Ana Cristina. Estudos queer: identidades, contextos e acção colectiva, disponível em http://www.ces.uc.pt/rccs/index.php?id=937&id_lingua=1 e SANTOS, Ana Cristina. Entre a academia e o activismo: Sociologia, estudos queer e movimento LGBT em Portugal, disponível em http://www.ces.uc.pt/rccs/index.php?id=937&id_lingua=1).

Para finalizar, sugiro os sites dos grupos de pesquisa brasileiros mais diretamente ligados aos estudos queer: www.cult.ufba.br/cus e http://www.ufscar.br/cis/. O blog http://culturavisualqueer.wordpress.com/ também é uma boa dica.

Alguns textos de estudos queer também já foram publicados na primeira revista de estudos gays e lésbicos do Brasil. Veja em http://www.cchla.ufrn.br/bagoas/

Se jogue!

Leandro Colling – coordenador do CUS

Fonte de onde retirei o roteiro: Blog Fora do Armário

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