Desnaturalização da heterossexualidade

terça-feira, 17 de maio de 2011

LEANDRO COLLING


Para executar estratégias políticas que denunciem o quanto a heterossexualidade é compulsória, não podemos apostar só em marcos legais


O Dia de Combate à Homofobia, 17 de maio, é uma boa data para repensarmos as estratégias que utilizamos para desconstruir os argumentos dos homofóbicos.

As políticas de afirmação identitária, utilizadas para atacar as opressões contra LGBTTTs (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), negros e mulheres, para citar apenas alguns grupos, surtiram efeito e por causa delas podemos comemorar algumas conquistas. Mas, ao mesmo tempo, essas políticas são limitadas em alguns aspectos.

Além de afirmar as identidades dos segmentos que representamos, também precisamos problematizar as demais identidades. Por exemplo: LGBTTTs podem, se assim desejarem, problematizar a identidade dos heterossexuais, demonstrando o quanto ela também é uma construção, ou melhor, uma imposição sobre todos.
Assim, em vez de pensarmos que as nossas identidades são naturais, no sentido de que nascemos com elas, iremos verificar que nenhuma identidade é natural, que todos resultamos de construções culturais.

Dessa maneira, a “comunidade” LGBTTT passaria a falar não apenas de si e para si, mas interpelaria mais os heterossexuais, que vivem numa zona de conforto em relação às suas identidades sexuais e de gêneros (aliás, bem diversas entre si).
Para boa parte dos heterossexuais, apenas LGBTTTs têm uma sexualidade construída e problemática, e o que eles/as dizem não tem nada a ver com as suas vidas.

É a inversão dessa lógica que falta fazermos para chamar os heterossexuais para o debate, para que eles percebam que não são tão normais quanto dizem ser.

Ou seja: para combater a homofobia, precisamos denunciar o quanto a heterossexualidade não é uma entre as possíveis orientações sexuais que uma pessoa pode ter.

Ela é a única orientação que todos devem ter. E nós não temos possibilidade de escolha, pois a heterossexualidade é compulsória.

Desde o momento da identificação do sexo do feto, ainda na barriga da mãe, todas as normas sexuais e de gêneros passam a operar sobre o futuro bebê. Ao menor sinal de que a criança não segue as normas, os responsáveis por vigiar os padrões que construímos historicamente, em especial a partir do final do século 18, agem com violência verbal e/ou física.

A violência homofóbica sofrida por LGBTTTs é a prova de que a heterossexualidade não é algo normal e/ou natural. Se assim o fosse, todos seríamos heterossexuais. Mas, como a vida nos mostra, nem todos seguem as normas.

Para executar estratégias políticas que denunciem o quanto a heterossexualidade é compulsória, e de como ela produziu a heteronormatividade (que incide também sobre LGBTTTs que, mesmo não tendo práticas sexuais heterossexuais, se comportam como e aspiram o modelo de vida heterossexual), não podemos apostar apenas em marcos legais e institucionais.

Precisamos desenvolver, simultaneamente, estratégias que lidam mais diretamente com o campo da cultura, a exemplo de ações nas escolas, na mídia e nas artes.

O projeto Escola sem Homofobia, assim, não correria o risco de apenas interessar a professores/as e alunos/as LGBTTTs. Nesse processo, comunicadores e artistas também poderiam servir como excelentes sensibilizadores para que tenhamos uma sociedade que realmente respeita a diversidade. E a festeja como uma das grandes riquezas da humanidade.

LEANDRO COLLING, professor da Universidade Federal da Bahia, é presidente da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura e membro do Conselho Nacional LGBT.
 

Semana da Diversidade na Faculdade de Saúde da UnB

segunda-feira, 16 de maio de 2011



A Faculdade de Saúde (FS) da Universidade de Brasília, entre os dias 16 a 20 de maio, está comemorando a Semana da Diversidade.

Para tanto, desenvolveram atividades que possibilitem o debate de forma construtiva a cerca do tema da homossexualidade e homofobia, com a participação de professores, teólogos, antropólogos e ativistas.
Conheça a programação:

- Segunda-feira:

12h - exibição do filme "Prayers for Bobby" - auditório 1 da F.S.

- Quarta-feira:

18h30min - Debate: "Homossexualidade na faculdade: as influências do preconceito na formação" , com Michel Platini, do Estruturação, e Flávia M., sexóloga - em frente à cantina da FS.

- Quinta-feira:

12h - Debate: ''Implicações da homofobia nas práticas de saúde''', com as professoras Maria de Fátima e Valéria, e o professor Antônio - em frente à cantina da FS

- Sexta-feira:

12h - Grand Round: "Homossexual ou homofóbico: você pode não ser nenhum nem outro?" Com um teólogo, um psicólogo e uma antropóloga - Auditório 3 da FS

20h - Happy Hour da Diversidade - estacionamento da Faculdade de Saúde

III Seminário Internacional Pensando Gênero: A Psicologia para além do espelho

sexta-feira, 29 de abril de 2011


Estão abertas as inscrições para o III Seminário Internacional “Pensando Gênero: A Psicologia para além do espelho”.
É um seminário direcionado para as pesquisas em sexualidade, gênero, e principalmente, estudos queer. Apesar da Psicologia ser o eixo transversal deste evento, o “Pensando Gênero” ainda é um seminário transdisciplinar que dialoga com outras áreas dos estudos culturais, desde que se aproximem dos eixos temáticos estabelecidos pelo evento.
Fonte e informações: http://pensandogenero.weebly.com/

Audiência Pública sobre Preconceito e Discriminação na Escola

sexta-feira, 22 de abril de 2011


No dia 04 de maio de 2011, das 8h às 11h, ocorrerá na Câmara dos Deputados em Brasília uma Audiência Públicas sobre Preconceito e Discriminação na Escola. A audiência faz parte da Semana de Ação Mundial (SAM) 2011. A ênfase será, principalmente, nas questões de gênero, raça e deficiências. 

Veja mais reivindicações e dados no folder da SAM 2011, clicando aqui. Veja as atividades locais já confirmadas no manual da SAM 2011, clicando aqui.

Agradecimento

sábado, 9 de abril de 2011

Queridos e queridas leitores/as, quero agradecer a tod@s que acompanham o Twitter e o Facebook da Pedagogia Queer. Em razão do tempo corrido, não tenho dado a devida atenção ao nosso Blog. Hoje entrei no Blog e  espantei-me com o aumento d@s seguidor@s. Para que tod@s saibam, a Pedagogia Queer, enquanto espaço virtual,  foi pensada basicamente com três intuitos: 1. difundir as ideias da Teoria/Política Queer, a partir do repositório de textos, artigos, pesquisas e materiais multimídia (Biblioteca); 2. informar sobre núcleos de pesquisas nas universidades brasileiras e coletivos que discutem as dimensões de gênero e sexualidade (Pesquisa); 3. compartilhar informações diversas sobre conceitos, frases, eventos, cursos e seminários (Twitter, Facebook e Glossário). Várias questões foram iniciadas, mas não concluídas. Prometo melhorar e colocar mais informações, além de fazer outros links. Usufruam desses espaços e tragam sugestões para o Blog ficar cada vez melhor.   

Programação do GT 15 Novas Sociologias na Reunião da SBS

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011



O GT Novas Sociologias, o qual acontecerá na reunião bianual da Sociedade Brasileira de Sociologia em julho, em Curitiba, terá a seguinte programação:

GT15 – Novas Sociologias: pesquisas interseccionais feministas, pós-coloniais e queer


PRIMEIRO DIA
Sessão: Cultura e política
Coordenador – Miriam Adelman
Debatedor – Richard Miskolci
·         A PROPOSIÇÃO DA POLÍTICA DE COTAS PARA NEGROS EM TELENOVELAS BRASILEIRAS Igor Bergamo Anjos Gomes – Autor (Mestre)
·         Brancos e negros, racismo e linchamento em Eu, um homem correto, de Murilo Carvalho Ettore Dias Medina – Autor (Mestre)
·         Cassandra Rios e a literatura homoerótica feminina Adriane Piovezan – Autor (Mestre)
·         Cenários ambíguos – relações que envolvem dinheiro, consumo e prazer na mídia Iara Beleli – Autor (Doutor(a))
·         Os outros-femininos: a feminilidade da violência no cinema contemporâneo Cristian Carla Bernava – Autor (Mestre)
·         Feminismo, Sexualidade e Justiça no debate entre Nancy Fraser e Judith Butler Ingrid Cyfer – Autor (Doutor(a))
·         Reconhecimento e redistribuição de gênero na perspectiva de Nancy Fraser e Axel Honneth Alfrancio Ferreira Dias – Autor (Mestre)
·         Sobre teorizar a justiça social e construir um pensamento político feminista latino-americano Breno Henrique Ferreira Cypriano – Autor (Mestre)/Matheus Soares Cherem – Co-Autor (Ensino Médio)

SEGUNDO DIA
Sessão: Teorias
Coordenador – Richard Miskolci
Debatedor – Iara Beleli
·         DE QUE GÊNERO SOU EU? Uma abordagem crítico-analítica das categorias múltiplas de gênero Manoel Vaz da Silva Neto – Autor (Mestre)
·         Ensaiando Aproximações de Gênero e Raça a Luz do Olhar Pós-Colonial Domitila Costa Cayres – Autor (Mestre)
·         Pedagogia do pós-colonialismo: a relevância da literatura pós-colonial para o estudo das sociologia Camila Penna de Castro – Autor (Mestre)
·         LUGARES EPISTÊMICOS OUTROS PARA OS NOVOS ESTUDOS DAS RELAÇÕES RACIAIS Claudia Miranda – Autor (Doutor(a))/Ana Helena Ithamar Passos – Co-Autor (Mestre)
·         O conceito de interseccionalidade e suas vantagens para os estudos de gênero no Brasil Patrícia Mattos – Autor (Doutor(a))
·         Por uma analítica da normalidade: a produção das categorias de adicção sexual e co-dependência Carolina Branco de Castro Ferreira – Autor (Mestre)
·         O debate sobre gênero, ciências e medicina no Brasil: interseções entre gerações, classe e etnia Luzinete Simões Minella – Autor (Doutor(a))
·         Na saúde e na doença: quando gênero, etnia e classes se interseccionam com a biomedicalização Neide Mayumi Osada – Autor (Mestre)/Maria Conceição da Costa – Co-Autor (Livre docente)

TERCEIRO DIA
Sessão: Sexo, afetos, trânsitos, trocas/outros.
Coordenador – Iara Beleli
Debatedor – Miriam Adelman
·         O papel da mulher nas lojas maçonicas paracatuenses: um estudo de gênero. Amalia Cardoso Alves – Autor (Mestre)
·         Escolarização indígena: “a outra questão”. Mônica Ribeiro Moraes de Almeida – Autor (Mestre)
·         “Cabra-macho, sim senhor! Um estudo sobre a masculinidade no Nordeste do Brasil” Maria das Dores Honório – Autor (Mestre)
·         Limitações para o empoderamento das mulheres nos programas de combate à pobreza Silvana Aparecida Mariano – Autor (Doutor(a))
·         A FEMINIZAÇÃO DA MIGRAÇÃO NA AMAZÔNIA À LUZ DA SOCIOLOGIA E DOS ESTUDOS DE GÊNERO Márcia Maria de Oliveira – Autor (Mestre)
·         Jogue o bebe, salve a água do banho: repensando a “objetificação” no contexto do trabalho sexual Thaddeus Gregory Blanchette – Autor (Doutor(a))/Ana Paula da Silva – Co-Autor (Doutor(a))
·         CASAIS BINACIONAIS:TURISMO AFETIVO, TURISMO SEXUAL E CONJUGALIDADE Maria das Gracas Lucena de Medeiros – Autor (Doutor(a))
·         Prostituição e os corpos de adultas e jovens nas práticas discursivas dos direitos humanos Aparecida Fonseca Moraes – Autor (Doutor(a))
Fonte: CIS/UFSCar

I SEMINÁRIO "SUS, SUAS E @S LGBT

Nos dia 26 e 27 de fevereiro de 2011 acontecerá no auditório da CENTRAL de AULAS da UFPB (CAMPUS I)  o I SEMINÁRIO "SUS, SUAS E @S LGBT. Confira a programação abaixo!



PROGRAMAÇÃO

26/02/20011- SÁBADO
7h - CAFÉ DE BOAS VINDAS  

9h30min - MESA DE ABERTURA.

10h -12h - PAINEL 1 - A HUMANIZAÇÃO do SUS e as(os)LGBT.
                    Roberto Maia (Gerente Operacional de DST/Aids - JP)
12h – 13h30min - ALMOÇO

14h - 16h. PAINEL 2 - O SUAS e as(os) LGBT
                   Profa. Dra. Maria Nazaré T. Zenaide/UFPB

16h30min - COFFEE-BREAK

 27/02/2011- DOMINGO

9h30min - 12h.
AS(OS) LGBT e os ESPAÇOS de CONTROLE SOCIAL.
                            Tárcio Teixeira(Assistente Social/Mestrando em Serviço Social)
12h- 13h30min - ALMOÇO.

14h - 16h - Assembléia eleitoral do MEL.

16h - COFFE-BREAK

17h - INTERVENÇÃO nas VIRGENS de TAMBAÚ( DISTRIBUIÇÃO de PRESERVATIVOS)
 

LOCAL: Auditório da Central de Aulas da UFPB.
Contatos e inscrições: 8825-1322 ou por e-mail espiritolilas@gmail.com ; Luciano_meljpa2004@hotmail.com

Fonte: NUDAS/UFPB

Download Revista Íconos

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011



Está disponível na internet para download a edição nº. 39 da Revista Íconos - Revista de Ciencias Sociales da Facultade Latino-Americana de Ciências Sociais do Equador (FLACSO).  Essa Revista Íconos trás um dossiê chamado “Como se pensa o queer na América Latina?”, com artigos em espanhol.  Quem estiver interessado em fazer o download, é só  clicar aqui.
Boa leitura!

Caderno Antirracismo da CNTE será lançado na UnB

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Após o lançamento no 31º Congresso dos Trabalhadores em Educação, a CNTE apresenta mais uma publicação ao meio acadêmico
Será lançado na dia 3 de fevereiro, no Hall da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, a 23ª publicação da série Cadernos de Educação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Este número contém o conteúdo das palestras proferidas durante o V Encontro Nacional do Coletivo Antirracismo Dalvani Lellis da CNTE, ocorrido nos dias 6 e 7 de maio de 2010.

Os textos servem de referência para a compreensão das leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que tratam da inclusão da temática "História e Cultura Afrobrasileira e Indígena" no currículo oficial das redes de ensino.  A publicação também analisa a política de cotas na educação e o Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010). "A população negra é maioria no Brasil e, mesmo assim, é um desafio de todos fazer cumprir essas leis", lamentou a ex-secretária de Políticas Sociais da CNTE, Rosana do Nascimento.

O Caderno traz reflexões sobre a igualdade racial, sobre os direitos alcançados a partir do Estatuto e como os sindicatos estão lutando para consolidar os direitos da população negra. Analisa, ainda, a grande defasagem entre o número de negros formados no país em relação aos brancos que levou a discussão de uma política de cotas nas universidades. O exemplo da Universidade de Brasília, que implantou Ações Afirmativas e um Sistema de Cotas para ampliar o acesso de negros e mestiços, é apresentado também no Caderno, assim como as conquistas do movimento negro na educação básica.

Na ocasião serão apresentados os trabalhos desenvolvidos na disciplina "História, Identidade e Cidadania", sob a responsabilidade da professora Renísia Cristina Garcia Filice, pesquisadora do GERAJU - Grupo de Pesquisa em Educação e Políticas Públicas de Gênero, Raça/Etnia e Juventude, e que também, possui, em parceria com a professora Deborah Silva Santos, da Faculdade de Ciência da Informação, da Universidade de Brasília, um texto no referido Caderno.

Cadernos de Educação

Ao longo das últimas gestões, a CNTE tem privilegiado o debate sobre as políticas denominadas "permanentes", que contemplam as questões de gênero, de orientação sexual, de etnia e de raça, sobretudo, com a perspectiva de contribuir para a disseminação da cultura de paz em nossas escolas e nas relações profissionais e sociais.

Embora a miscigenação racial, a diversidade sexual, além da convivência entre diversas etnias e religiões, seja uma realidade brasileira, o racismo, a homofobia e o preconceito encontram-se fortemente presentes em nossa sociedade, de modo que a escola possui papel estratégico no sentido de orientar a mudança desse paradigma de intolerâncias. A série "Cadernos da Educação" é a contribuição da CNTE para este debate, destinada aos profissionais da educação, estudantes, pais, mães, docentes dos cursos de licenciatura e dirigentes de entidades sindicais da educação com o objetivo de produzir um ambiente mais propício à reflexão da realidade social e educativa.

A possibilidade de agregar duas iniciativas, no campo da produção do conhecimento escrito e o fazer em sala de aula, em especial no Curso de Pedagogia, da Universidade de Brasília, revelou  algumas das inúmeras ações que podem e devem ser realizadas para a materialização da política educacional antirracista no Brasil.

Fonte: CNTE, em 31/01/11


II Encontro do Grupo de Pesquisa GERAJU

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011



O GERAJU – Grupo de Pesquisa em Educação e Políticas Públicas: Gênero, Raça/Etnia e Juventude – realiza o II Encontro de Pesquisa no dia 28 de janeiro, das 8h às 13h, na Sala Papirus da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB).

O II Encontro de Pesquisa pretende promover o debate sobre as experiências de pesquisa, em andamento e concluídas, que são desenvolvidas pelo GERAJU, cujas reflexões e inquietações podem contribuir significativamente para a construção de relações mais igualitárias e solidárias na escola e na universidade.

O encontro tem como público alvo educadores e educadoras que em suas trajetórias têm sido desafiados/as, cotidianamente, a refletir e aprofundar seus conhecimentos e suas práticas docentes fundamentando-as nos princípios da diversidade e igualdade humana. Pretende oportunizar o estreitamento da relação entre os saberes constituintes e produzidos pelo GERAJU, de modo que as pesquisas promovam reflexões e práticas que respeitem a diversidade dos sujeitos que compõem o processo educacional. 

Dia: 28 de janeiro de 2011

Horário: 8h às 13h

Local: Sala Papirus da Faculdade de Educação da UnB

Para mais informações, veja o folder com a programação.

Projeto Vidas Plurais e Sinpro/DF promovem curso para o Combate ao Sexismo e a Homofobia

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011


Os(as) professores(as) da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal têm nova oportunidade para participar do Curso “Enfrentando o Sexismo e a Homofobia nas Escolas”  realizado por meio do Projeto Vidas Plurais, organizado pelo Núcleo de Estudos em Diversidade Sexual e de Gênero (NEDIG) da Universidade de Brasília (UnB).
Na edição de 2011, a Secretaria de Raça e Sexualidade do Sinpro/DF está como parceira e pretende formar muitos(as) professores(as), ofertando o curso em diferentes Diretorias Regionais de Ensino (DRE) e flexibilizando o horário. O curso tem carga-horária de 80 horas, sendo 60 horas presenciais e 20 horas indiretas, por meio de ambiente virtual de aprendizagem.
A inscrição é realizada pelo site do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro/DF). Para realizá-la, clique aqui.
Informações sobre horários e cronogramas podem ser encontradas no site do Sinpro/DF ou no Blog do Projeto Vidas Plurais.

Entrevista com Beatriz Preciado

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Las políticas del sexo y del deseo

"He pensado en cambiarme de sexo pero ¿hacia qué sexo?; he pensando en cambiarme de nombre pero ¿hacia qué nombre? Prefiero una multiplicidad de identidades móviles", declara Preciado, pensadora de referencia de la "teoría queer". En este diálogo, sus conceptos sobre género, poder y normatividad.
 
Por: Leonor Silvestri

DIXIT. La izquierda es tan conservadora como la derecha sobre biopolítica, cuerpo y sexualidades, dice Preciado.

Es casi medianoche y en la muchas veces clausurada discoteca Cabaret Berlin de Barcelona, la antológica reina del underground de Nueva York, Lydia Lunch, se dispone a tocar con su banda. En medio del DJ set de la escritora Virginie Despentes (directora de la controvertida película Fóllame) y el humo (aquí todavía no está prohibido fumar en los espacios públicos), la filósofa española Beatriz Preciado, a la vez novia de Despentes y amiga personal de Lunch, se dispone a dar una entrevista a Ñ.
Preciado es indiscutiblemente la voz más destacada en lengua española de esa incatalogable óptica llamada "teoría queer": forma reapropiada de insulto originario (queer en inglés supo ser un adjetivo calificativo con carácter peyorativo) y especie de devenir epistemológico que aglomera a todas aquellas expresiones de género más radicales en torno a las políticas anti-identitarias que parecen increpar al mundo desde el ensamblaje arte y cuerpo.
Figura inconfundible de la movida nocturno-académica de Barcelona, a pesar de ser demasiado alta para haber nacido en España, su cuidado look andrógino se corresponde con esta ciudad donde grosso modo la mayoría de las mujeres van de cabello corto. Preciado, sin aires de divismo, es la autora del ensayo Pornotopía. Arquitectura y sexualidad en "Playboy" durante la Guerra Fría que ha quedado recientemente finalista del premio Anagrama de ensayo con la obra, en la que utiliza la popular revista de Hugh Hefner como arqueología de la producción "de afectos que garantiza el capitalismo" y como objeto de crítica cultural.
Estas son algunas de las nuevas modalidades en las que la teoría se aplica no tanto como set abstracto de prescripciones académicas sino como forma de articular posibilidades. Pero como quedará claro en la charla, Beatriz Preciado es un personaje conceptual al decir de Deleuze y Guattari en ¿Qué es la filosofía?: quien enuncia las respuestas se hará llamar "Beto" y contestará siempre en masculino en clara referencia a la idea butleriana de que uno se vuelve un género interminablemente, que nunca llega a cuajar en sustancia ontológica.

-¿Beatriz, Beto, B.P. en su libro "Testo Yonki", se considera un personaje conceptual?
-Mi postura proviene de una resistencia muy larga a las imposiciones de género. Nunca quise definirme como mujer. Me gusta jugar dentro de esa ambigüedad. He pensado en cambiarme de sexo pero ¿hacia qué sexo?; he pensando en cambiarme de nombre pero ¿hacia qué nombre? Prefiero una multiplicidad de identidades móviles. Sigo utilizando Beatriz Preciado para firmar porque la posición de "escritora-mujer-lesbiana" es menos habitual que una posición masculina en el discurso tradicional de la filosofía.

-¿Por qué esa resistencia?
-No hay un por qué antes de un cómo. Retrospectivamente puedo encontrar razones: porque era una normativa, una imposición que tenía que ver con la identificación de mi cuerpo como femenino, o porque todo lo divertido tenía que ver con la masculinidad (trepar árboles por ejemplo), y todo lo pasivo y encerrado tenía que ver con la feminidad. Mucho más tarde empecé a releer mi propia vida en términos de aquello que era del orden del placer y lo espontáneo.
-¿Se hace cargo de su alto perfil como ícono queer hispanohablante, casi un personaje pop?
-Por ser sincero, la primera vez que vine a Barcelona desde Estados Unidos, había pasado por París, y me di cuenta de que era la micro-comunidad queer trans-marica-bollera la que me estaba empoderando. No me siento creador de nada ni que yo haya inventado nada. Ese tráfico me hizo. Por otra parte, la literatura a veces no llega por las políticas de traducción. En los EE.UU. había un conjunto de minorías sexuales pensando estos temas desde la periferia de la universidad y desde su centro duro. Pero en Francia y España esos lenguajes no habían tocado suelo. De todas formas, cuando doy un curso o clase, se me va la olla, como si tocara la guitarra dos horas, y estás en ese otro lugar donde te transporta la energía colectiva. Eso implica que puedas pensar lo que no habías pensando antes. Pero luego sigues con tus complejos, historias, y demás.

-¿Es posible "ser" queer?

-Es imposible porque queer es un verbo, una acción, cuyo estudio parece estar relativamente a la moda en el contexto académico. Las mismas personas que jamás hubieran organizado un seminario universitario en torno a las maricas y las trans, lo organizan en torno a lo queer. Es una opacidad camaleónica circular que permite ciertas cosas en otros espacios. Su teoría vendría a funcionar como una critica reflexiva de los procesos normativos a través de las que se produce la identidad. Ser queer es una contradicción en términos. Y si pensamos cómo los movimientos queer emergieron habría que hablar de teorías putas o tendríamos que hablar de cuestiones de migraciones, racismo y colonialismo. Por ejemplo, la última comisión que se reúne para dictaminar si las mujeres pueden llevar el velo islámico en Francia –comisión en la que participan mujeres– decidió que el velo está prohibido en los espacios públicos como el transporte y los espacios administrativos. Es decir, una ley normalizadora que legitima el encierro de las mujeres no blancas e islámicas en el espacio de sus propias casas, y que erosiona las libertades que podrían tener en los espacios públicos. En toda Europa es increíble la crispación de islamofobia que viene de la tradición de izquierda que considera a las luchas de género y sexuales como burguesas, prescindibles y secundarias o la homosexualidad como degeneraciones burguesas. Hay una cuestión de antifeminismo y tradición colonial que no se ha debatido públicamente que hace que estemos en la situación catastrófica de este continente donde la izquierda sigue discutiendo en torno al trabajo y a la clase cuando socialmente el trabajo ha perdido la centralidad como motor de producción, y frente a las cuestiones relevantes como las cuestiones de postcolonización, biopolítica, cuerpo, migraciones, sexualidades es tan retrógrada y conservadora como la derecha.

-Este ejemplo ilustra por qué las sexualidades son un punto crítico en la política.

-La mutación de los procesos de gobierno social a partir del siglo XVIII hizo que el cuerpo estuviera en el centro de gestión de lo político. Una ficción histórica transitoria en relación con las formas de producción económica de gobierno de lo social que inventa un alma sexualizada, una subjetividad que tiene la capacidad de decir "Yo" e internacionalizar un conjunto de procesos de normalización que lo llevan a decir "soy homosexual" o "soy heterosexual". La sexualidad no es sólo un conjunto de regulaciones políticas sino que en el proceso de industrialización que sigue a la Revolución Francesa, la reproducción sexual se entiende como una de las maquinarias de lo social. Es necesario que el cuerpo social esté organizado reproductivamente, es decir la familia heterosexual. Esa es la fantasmagoría política en la que hemos estado viviendo. A mediados del siglo XX ha habido un quiebre, y toda sexualidad no reproductiva es objeto de control y vigilancia. El sexo es importante porque se convierte en uno de los enclaves estratégicos en las artes de gobernar. Pero eso que llamamos sexo no es nada estable sino un conjunto de constantes mutaciones históricas. Ahora mismo las minorías sociales y políticas están participando e interviniendo en los procesos de definición de las gramáticas de género, y eso me parece una exaltación política, algo nuevo y fascinante.
-¿No habría en ese optimismo una re-esencializacion de la sustancia de un sujeto?
-No, porque no son luchas basadas en identidades naturales ni siquiera sexuales, ni de pertenencia a una nación sino que son otra cosa, una transversal de minorías críticas. La dimensión ética no está diferenciada de la política. Las técnicas del yo son las mismas que las técnicas del agenciamiento colectivo. No es una alianza natural. Por ejemplo, migrantes y género no van separados. El pensamiento político hasta ahora pensado por la izquierda piensa en esas exclusiones. Pero yo me refiero a una alianza de malos sujetos de la izquierda, que debe ser pensada. La mayoría de feministas, gays, transexuales y transgénero radicales han sido expulsados de la izquierda, cuyo cuerpo ideal es viril, trabajador, reproductivo. Creo que la lucha es colectiva y que la redefinición del sexo y la sexualidad pasará por acuerdos colectivos. Hay otro lugar que se está reconfigurando desde las luchas que reclama un cuerpo que de alguna manera va más allá de los imperativos normativos de las leyes nacionales. Ese cuerpo se percibe como migrante, tránsfugo y no tiene ya lo que hemos llamado hasta ahora identidad en el sentido más administrativo, es decir, se trata de un cuerpo des-identificado.
-Es decir, no va a haber un sujeto revolucionario.
-No hay sujeto de la revolución, de eso estoy seguro. Pero la revolución y la guerra son constantes. No es un momento mesiánico que nos espere más allá para lo que hay que prepararse. La situación en la que estamos y construimos el género y la normalidad son la guerra total en el interior del cuerpo y frente a eso, la revolución es constante. Autores como Foucault –cercano a las políticas de izquierdas y que ha salido del carnaval gore de la revoluciones de izquierda– o incluso Deleuze y Guattari que agitan la revolución del 68, se van separando de esta noción de "revolución". Frente a esa situación postpolítica es absurdamente necesario pensar dónde está la revolución, cómo se produce, cuáles son las formas a través de las que actúa. La guerra no será después y la revolución no será mañana sino que la guerra es hoy y la revolución es ahora.

-¿Y cómo será entonces la discusión con el Estado?
-El Estado ha dejado de ser el estamento que define las normas disciplinarias, prácticamente se ha convertido en uno de los tentáculos del capitalismo neo-liberal privado. Estamos apreciando su privatización, por ejemplo, en Francia el síndrome de disforia de género (la disconformidad entre el sexo asignado al nacer y el percibido como propio), ya no es considerado como trastorno de identidad sexual. ¿Qué va a pasar ahora con todos los protocolos y los cambios de género? ¿Serán asumidos por la seguridad social? Hoy el Estado es uno de los múltiples aparatos junto con los postindustriales o los mediáticos que re-configuran el cuerpo. Por lo tanto, los movimientos de minorías sexuales no pueden estar sólo en diálogo y en lucha con el Estado que no tiene la centralidad que tenía. Es absurdo hoy tener como objetivo conseguir el matrimonio GLTB, frente a las complejidades de las configuraciones postcoloniales, de sexo, y raza. Es preciso atacar esa ficción del matrimonio desde otro lugar que no sea la legalidad.

Virginie Despentes termina su arrollador set, y Diana J. Torres, la joven artista promesa de esta región comienza su performance donde habrá elementos del gore del cine de terror, la pornografía mutante, y poesía pornográfica: G.G. Allen parecería ser "una mujer". Preciado, a quien ya ha venido a saludar todo el lugar, contesta la última pregunta sobre la noción de deseo y elección que hasta hoy han guiado luchas y reivindicaciones: "Obviamente no creo que pueda haber una verdad sexual escondida debajo de una gran capa de represiones sociales. No confío nada en el deseo, no creo en absoluto que haya un deseo anterior a un conjunto de normas o acuerdos sociales, sino que el deseo se crea en esa red de relaciones, del mismo modo que no hay una identidad que precede las interpelaciones normativas. Cuando digo deseo no me refiero a la noción psicoanalítica o inconsciente de deseo sino a cómo el placer y el cuerpo se estructura en una red de relaciones. Desaprender tus 'propios' deseos, aquello que culturalmente aprendemos a desear, es una especie de tarea muy larga pero fundamental."
Fonte: Ñ Revista de Cultura

Frente Blogueira LGBT

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